sábado, 27 de agosto de 2011

COMO A MÚSICA AFETOU OU FOI AFETADA PELA SOCIEDADE



O século XX fechou o milênio de maneira chocante, duas guerras mundiais e ainda estamos parados na esquina tomando folego. Aprendemos que podemos destruir nosso planeta aos poucos ou destruí-lo de uma única vez. O reconhecimento do estado de Israel como nação, o militarismo na América Latina, ascensão e queda do comunismo. Tivemos também avanços tecnológicos e científicos, dentre eles o advento da TV e internet, entre otras cosas.
Quando lançamos esse olhar para trás, vemos a arte com manifestações intensas como a música dissonante de Bartok, logo no início do século, em seguida a vanguarda na poesia e na pintura (dadaísmo, cubismo, etc.). O jazz acalentando corações despedaçados pela Grande Depressão, trazendo apenas lembranças do luxo nos bailes de outrora. No meridiano do século o rock dos Beatles e Rolling Stones, que fizeram os homens definitivamente largar os chapéus e as mulheres as saias. No Brasil a arte engajada. No norte a guitarra psicodélica de Hendrix cantando o hino nacional americano, como uma voz sufocada das classes menos favorecidas, no Brasil a Tropicália e a luta contra o militarismo (músicos e artistas exilados). A década de 80 é uma época de resposta a essas vozes: Michael Jackson eleva o black ao pop; embalados pelo rock inglês do Iron Maiden os britânicos mostram a força da mulher com Margareth Thatcher, a dama de ferro. Mas no Brasil o punk rock ainda gritava no ouvido do lento Congresso na voz de Renato Russo. Na década de 90, apesar de uma mídia totalmente escravizada pelo poder que conseguiu afastar das massas a música, companheira da sociedade durante todo esse tempo (talvez porque não houvesse mais pelo que lutar, não é?), vemos um último suspiro da barata Kafka esmagada com os garotos grunges de Seattle do Nirvana e Pearl Jam, uma releitura do bruxo vodoo da guitarra, e com isso o último daquela grande geração guitarristas, Slash. Agora ansiamos por qualquer passeata ou caminhada (seja gay ou evangélica). Buscamos algo pelo que lutar, “uma ideologia pra viver”, um pastor para essas ovelhas, e enquanto isso não acontece seguimos a maioria, e a massa é ignorante.  Ao olhar para trás só conseguimos definir o novo milênio com um grande ponto de ?