quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

MINI CONTOS


                                                                  Diário Alegórico

         Quando terminava o expediente nunca tomava o caminho para casa, apesar de sempre trilha-lo inicialmente.
         Certo dia comprou feijões mágicos de um feirante na praça Osório. Outra vez gastou o dinheiro em guloseimas para a vovozinha, mas no caminho um lobo mal apareceu e comeu tudo.
         A verdade é esta, que depois do trabalho sempre pegava o ônibus, mas chegava em casa de abóbora, depois da meia noite.



Imensidão

Caminhavam juntos. Tudo deserto. Apenas sons.
Gaivotas, o vento e o banho das rochas.
Por que palavras?
De repente, os primeiros raios perfuravam as nuvens.
Para trás, dois pares de pegadas marcavam aquele tempo que escorreu por entre os dedos.
À frente um outro mundo, todo azul, se agitava convidando-os para uma viagem... tão profunda quanto o interior da alma.



Monte Carlo

(baseado no conto Monte Carlo de A. Tchekhov)

-         Caçadores de Tesouro! É, veem de longe para cavar em suas propriedades.
-         Também, o coitado tirou a sorte grande e de brinde veio o azar. Nunca mais teve paz.
-         Certo dia o próprio dono do cassino o visitou: quero meu milhão ou te mato! E ele decidiu entregar algo de maior valor.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

SHAKESPEARE AND THE CINEMA


     Se um diálogo entre livro e filme já é interessante, este pode ser mais ainda se for  com Shakespeare, primeiro porque temos três linguagens, a do livro, a semiótica do cinema e a linguagem do espetáculo nos palcos. 
     Há apenas algumas semanas atrás tivemos Hamlet em Curitiba, com Wagner Moura como o príncipe da Dinamarca, a opinião ficou dividida, há quem diga que o sotaque carioca não agradou e que o cenário ficou a desejar. Shakespeare é, como diz Harold Bloom, o inventor do gênero humano, o dramaturgo que mais tem peças encenadas no mundo. Na Alemanha, por exemplo, onde existem mais de 250 companhias de teatro, a maioria das peças escolhidas são de Shakespeare. 
     A lista abaixo mostra as versões de suas obras para cinema e algumas adaptações também. Como não está incluso na lista, é importante acrescentar que o dramaturgo inglês vem enriquecendo as produções brasileiras há muito tempo. Destaque para a novela global O Cravo e a Rosa baseada em A Megera Domada, e Pedra Sobre Pedra, onde encontramos um intertexto de Lima Duarte: "há algo de podre em Tubiacanga" rementendo a Hamlet com "há algo de podre no reino da Dinamarca".


CLASSIC LITERATURE ON FILM - SHAKESPEARE

sábado, 27 de agosto de 2011

COMO A MÚSICA AFETOU OU FOI AFETADA PELA SOCIEDADE



O século XX fechou o milênio de maneira chocante, duas guerras mundiais e ainda estamos parados na esquina tomando folego. Aprendemos que podemos destruir nosso planeta aos poucos ou destruí-lo de uma única vez. O reconhecimento do estado de Israel como nação, o militarismo na América Latina, ascensão e queda do comunismo. Tivemos também avanços tecnológicos e científicos, dentre eles o advento da TV e internet, entre otras cosas.
Quando lançamos esse olhar para trás, vemos a arte com manifestações intensas como a música dissonante de Bartok, logo no início do século, em seguida a vanguarda na poesia e na pintura (dadaísmo, cubismo, etc.). O jazz acalentando corações despedaçados pela Grande Depressão, trazendo apenas lembranças do luxo nos bailes de outrora. No meridiano do século o rock dos Beatles e Rolling Stones, que fizeram os homens definitivamente largar os chapéus e as mulheres as saias. No Brasil a arte engajada. No norte a guitarra psicodélica de Hendrix cantando o hino nacional americano, como uma voz sufocada das classes menos favorecidas, no Brasil a Tropicália e a luta contra o militarismo (músicos e artistas exilados). A década de 80 é uma época de resposta a essas vozes: Michael Jackson eleva o black ao pop; embalados pelo rock inglês do Iron Maiden os britânicos mostram a força da mulher com Margareth Thatcher, a dama de ferro. Mas no Brasil o punk rock ainda gritava no ouvido do lento Congresso na voz de Renato Russo. Na década de 90, apesar de uma mídia totalmente escravizada pelo poder que conseguiu afastar das massas a música, companheira da sociedade durante todo esse tempo (talvez porque não houvesse mais pelo que lutar, não é?), vemos um último suspiro da barata Kafka esmagada com os garotos grunges de Seattle do Nirvana e Pearl Jam, uma releitura do bruxo vodoo da guitarra, e com isso o último daquela grande geração guitarristas, Slash. Agora ansiamos por qualquer passeata ou caminhada (seja gay ou evangélica). Buscamos algo pelo que lutar, “uma ideologia pra viver”, um pastor para essas ovelhas, e enquanto isso não acontece seguimos a maioria, e a massa é ignorante.  Ao olhar para trás só conseguimos definir o novo milênio com um grande ponto de ?

sábado, 30 de julho de 2011

Livros e Filmes

O que você faz em seu tempo livre, vai ao cinema ou lê livros? Muitos, assim como eu, gostam de ambos. Com frequência cada vez maior, o cinema tem feito releituras de livros. Alguns dizem que isto é bom porque pela influência do filme as pessoas tem lido mais. Por outro lado outros dizem que as adaptações na maioria das vezes não ficam boas. Por que? Qual a influência que o filme exerce na posterior leitura? E a importância da escolha dos atores? Qual o nivel de interação e envolvimento quando sou leitor? Quando sou telespectador? Abro esse fórum convidando você a postar seu comentário sobre suas experiências.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

PAPÉIS SOBRE A MESA

ESCREVO POR QUE TENHO MUITO A DIZER…
GOSTO DE VIAJAR, MAS MEU MUNDO INTERNO
É BEM MAIOR.
ESCREVO PORQUE TENHO MUITO A DIZER
SOBRE COMO PERCEBO O MUNDO,
INTERIOR E EXTERIOR,
SOBRE COMO ESTES DOIS MUNDOS SE INTERAGEM.
NÃO SEI RIMAR, MAS ESCREVO,
NÃO SEI FAZER POESIA, MAS ESCREVO
O QUE VEM DO CORAÇÃO,
POIS PARA O CORAÇÃO ME REMETO
E NÃO AOS OLHOS OU A MENTE.